Disciplina - Biologia

Biologia & Ciências

28/04/2014

Tratamento Alzheimer

Cientistas revertem perda de memória em ratos com Alzheimer
Por France Presse (G1 Bem Estar)

Terapia consiste em injetar no hipocampo gene que produz proteína. Estudo abre novas perspectivas para a prevenção e tratamento terapêutico.

Cientistas da Espanha conseguiram pela primeira vez reverter a perda de memória em ratos com Alzheimer usando terapia genética. Os dados foram publicados na revista americana "The Journal of Neuroscience".

Pesquisadores do Instituto de Neurociência da Universidade Autônoma de Barcelona (UAB), "descobriram um mecanismo celular envolvido na consolidação da memória e conseguiram desenvolver uma terapia genética que reverte a perda de memória em etapas iniciais em ratos modelos com mal de Alzheimer", explicou a UAB em um comunicado esta semana.

A terapia consiste em injetar no hipocampo, região do cérebro que desempenha um papel importante na memória, um gene que provoca a produção de uma proteína bloqueada nos pacientes afetados pela doença.

A proteína "Crtc1" (CREB regulated transcription coactivor-1) permite ativar os genes envolvidos na formação de memória de longo prazo. Nas pessoas doentes, "a formação de agregados de placas amiloides, um processo conhecido que desencadeia o Alzheimer, impede que a proteína Crtc1 atue normalmente", segundo a UAB.

"Quando se altera a proteína Crtc1, não é possível ativar os genes responsáveis pela sinapse ou por conexões entre neurônios no hipocampo e o indivíduo não consegue realizar corretamente tarefas de memória", explicou o doutor Carlos Saura, responsável pelo estudo, citado no comunicado.

Segundo ele, "este estudo abre novas perspectivas para a prevenção e o tratamento terapêutico do mal de Alzheimer". Um dos desafios principais, segundo o estudo, será agora desenvolver terapias farmacológicas que permitam ativar esta proteína. Também será preciso assegurar-se de que é possível aplicar o tratamento em humanos.

O mal de Alzheimer é a forma mais comum de demência entre idosos: com 40 milhões de afetados em todo o mundo, representa um desafio em escala mundial para os sistemas de saúde e para a ciência, que ainda não encontrou nenhum remédio para a doença.

Esta notícia foi publicada em 25/04/2014 no site g1.globo.com. Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor.
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