Biologia & Ciências
05/12/2012
Projeto brasileiro reproduz ambiente marinho em tanque; veja como
Por Folha de S.Paulo Um cercadinho à beira-mar dentro de um parque aquático, rodeado por toboáguas e perto de uma piscina de ondas, pode passar despercebido pelos visitantes. Mas um olhar mais atento revela que ali se faz ciência de ponta.
O chamado Mesocosmo Marinho funciona como uma máquina do tempo, simulando condições do ambiente para ver como a natureza --especialmente os corais-- irão reagir às mudanças causadas pelo aquecimento global.
O chamado Mesocosmo Marinho funciona como uma máquina do tempo, simulando condições do ambiente para ver como a natureza --especialmente os corais-- irão reagir às mudanças causadas pelo aquecimento global.
É um ambiente intermediário entre a natureza e o laboratório. Embora algumas condições dos experimentos possam ser bastante controladas, o material está exposto a praticamente tudo o que acontece no ambiente natural", explica Clovis Castro, coordenador do programa Coral Vivo e professor do Museu Nacional da UFRJ.
O projeto, patrocinado pela Petrobrás, funciona em um espaço cedido pelo Eco Parque, parque aquático em Arraial D'Ajuda (sul da Bahia), que tem uma das maiores diversidades de corais do país.
São 16 tanques de experimento que tentam reproduzir com alta fidelidade a dinâmica de eventos na vida marinha. A água, por exemplo, é captada em uma região com grande presença de corais e transportada por uma tubulação subterrânea.
Além disso, cada tanque tem um sistema que mimetiza as correntes marinhas, fazendo a água correr em várias direções. Os experimentos ficam expostos à chuva e ao sol, como na natureza.
Pelos estudos até agora, as previsões são desanimadoras para os recifes de corais.
Na primeira rodada de experimentos, há cerca de dois meses, os cientistas verificaram o que aconteceria às principais espécies de corais do nosso litoral em quatro cenários de elevação das temperaturas propostos pelo IPCC (painel de mudanças climáticas da ONU).
O projeto, patrocinado pela Petrobrás, funciona em um espaço cedido pelo Eco Parque, parque aquático em Arraial D'Ajuda (sul da Bahia), que tem uma das maiores diversidades de corais do país.
São 16 tanques de experimento que tentam reproduzir com alta fidelidade a dinâmica de eventos na vida marinha. A água, por exemplo, é captada em uma região com grande presença de corais e transportada por uma tubulação subterrânea.
Além disso, cada tanque tem um sistema que mimetiza as correntes marinhas, fazendo a água correr em várias direções. Os experimentos ficam expostos à chuva e ao sol, como na natureza.
Pelos estudos até agora, as previsões são desanimadoras para os recifes de corais.
Na primeira rodada de experimentos, há cerca de dois meses, os cientistas verificaram o que aconteceria às principais espécies de corais do nosso litoral em quatro cenários de elevação das temperaturas propostos pelo IPCC (painel de mudanças climáticas da ONU).
Adriano Vizoni/Folhapress
Recifes de corais do projeto Coral Vivo, no sul da Bahia
Foi verificado que, quanto maior o aumento, piores os danos. Com mais de 1ºC, já se nota o branqueamento dos corais, causado pela expulsão das algas que têm com eles uma relação simbiótica. Isso prejudica a alimentação dos corais e os deixa mais vulneráveis. Com mais de 4ºC, os corais chegam a morrer.
"É uma ameaça séria. O Brasil tem as únicas formações relevantes de recifes de corais do Atlântico Sul, e mais da metade das espécies só existe aqui", avalia Castro.
Felizmente, diz o pesquisador, há indícios de que os corais brasileiros têm grande capacidade de recuperação, se as condições ambientais voltarem à normalidade.
A próxima rodada estudará o impacto da acidificação dos oceanos causada pelas emissões de carbono. A cada novo ciclo de estudos, a equipe do Coral Vivo abre uma espécie de chamada para receber projetos de pesquisa.
"Temos uma margem grande para a adaptação do mesocosmo a vários experimentos. Podemos fazer coisas importantes aqui", diz Gustavo Duarte, gerente de projetos.
Esta notícia foi acessada em 05/12/2012 no site www1.folha.uol.com.br. Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor.
"É uma ameaça séria. O Brasil tem as únicas formações relevantes de recifes de corais do Atlântico Sul, e mais da metade das espécies só existe aqui", avalia Castro.
Felizmente, diz o pesquisador, há indícios de que os corais brasileiros têm grande capacidade de recuperação, se as condições ambientais voltarem à normalidade.
A próxima rodada estudará o impacto da acidificação dos oceanos causada pelas emissões de carbono. A cada novo ciclo de estudos, a equipe do Coral Vivo abre uma espécie de chamada para receber projetos de pesquisa.
"Temos uma margem grande para a adaptação do mesocosmo a vários experimentos. Podemos fazer coisas importantes aqui", diz Gustavo Duarte, gerente de projetos.
Esta notícia foi acessada em 05/12/2012 no site www1.folha.uol.com.br. Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor.