Biologia & Ciências
07/02/2011
Aves de Chernobyl possuem cérebros menores
Os pássaros que vivem na região do acidente nuclear de Chernobyl (Ucrânia) têm cérebros 5% menores que os de outros pássaros da mesma espécie. Pesquisadores acreditam que a influência na formação biológica dos pássaros é um efeito direto da radiação consequente do acidente nuclear ocorrido há 25 anos. O estudo foi conduzido por cientistas da Noruega, França e EUA e foi publicado no periódico americano PLoS One.Os pesquisadores analisaram 550 pássaros de 48 espécies da região de Chernobyl, cidade ucraniana que dá nome ao acidente de 1986, quando um reator nuclear explodiu e espalhou depósitos nucleares por quase todos os países do hemisfério norte. As áreas mais próximas à extinta usina foram as mais severamente afetadas.
No estudo, os cientistas coletaram pássaros de oito florestas em Chernobyl. Depois de compará-los com espécies que não haviam sido expostas à radiação, os pesquisadores chegaram à conclusão de que o cérebro das aves afetadas era, em média, 5% menor. O estudo aponta que as aves mais jovens são consideravelmente mais afetadas que as mais velhas.
Órgãos menores - Pássaros sob stress conseguem mudar o tamanho de alguns órgãos para superar condições adversas. Por exemplo, aves migratórias que viajaram longas distâncias diminuem certos órgãos à medida que gastam energia. O cérebro, contudo, é o último órgão a ser sacrificado pelo organismo.
É possível que a radiação de Chernobyl possa estar afetando outros órgãos dos pássaros. Não se sabe ainda, no entanto, o que causa a diminuição dos cérebros das aves. Os cientistas especulam que a radiação deixa os pássaros sem antioxidantes, o que levaria à redução do cérebro.
Em 2010, um verdadeiro censo da vida selvagem foi conduzido em Chernobyl – ele revelou que o número de mamíferos da região está em queda, assim como a diversidade de insetos.
Esta notícia foi publicada em 05/02/2011 no site veja.abril.com.br. Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor.