Disciplina - Biologia

Biologia & Ciências

24/05/2010

Vacina para ebola

Uma vacina experimental contra ebola protegeu macacos não apenas contra os dois tipos mais letais de ebolavírus conhecidos como também contra outro, que foi identificado depois de a pesquisa da vacina ter começado.
Desenvolvida por cientistas ligados aos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, as vacinas se mostraram eficientes e protegeram primatas das duas espécies de vírus idenficadas em 1976 e de outra descoberta em 2007.
Atualmente, não existem vacinas ou tratamentos específicos disponíveis para o controle de epidemias de ebola. A febre hemorrágica ebola é uma doença infecciosa grave e frequentemente fatal. Epidemias ocorreram em diversos países africanos.
O estudo, liderado por Nancy Sullivan, do Centro de Pesquisas de Vacinas no Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID), foi publicado na revista de acesso livre PLoS Pathogens.
“Esse trabalho importante mostra que é possível gerar imunidade de espécies de ebolavírus identificadas recentemente com uma vacina desenhada a princípio para proteger contra outras espécies”, disse Anthony Fauci, diretor do NIAID.
“Essa descoberta influenciará o desenvolvimento de futuras vacinas e poderá abrir um caminho para o desenvolvimento de uma única vacina que funcione tanto para espécies de ebolavírus conhecidas como para emergentes”, afirmou.
A vacina experimental contra o ebola tem dois componentes. O primeiro consiste de uma vacina de DNA que contém um pequeno pedaço de material genético que codifica proteínas de superfícies de ebolavírus do Zaire e do Sudão. O segundo componente é um vírus enfraquecido que transmite a proteína de superfície do ebolavírus da linhagem Zaire.
Segundo os cientistas, a vacina levou à um aumento, em macacos usados no estudo, na produção de anticorpos e à uma forte reação na parte celular do sistema imunológico, que inclui linfócitos T – os quais ajudam a orquestrar a resposta imune geral.
“Uma vacina ideal para o ebola deveria estimular a imunidade geral de modo que não precisemos correr atrás do desenvolvimento de vacinas inteiramente novas à cada espécie de vírus descoberta”, disse Nancy.
Mas desenvolver uma vacina que proteja contra múltiplos tipos de ebolavírus é um grande desafio, afirma a pesquisadora. Para a parte do sistema imunológico responsável pela produção de anticorpos, cada espécie é encarada diferentemente. Ou seja, anticorpos que reconheçam uma espécie de vírus podem não reconhecer outra.

Este conteúdo foi publicado em 24/05/2010 no sítio Agência FAPESP. Todas as modificações posteriores são de responsabilidade do autor original da matéria.
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