Biologia & Ciências
11/09/2007
Predadores da biodiversidade
Diversidade de espécies e predação estariam ligadas há milhões de anos à história dos animais. A conclusão é de um estudo publicado na edição de 10 de setembro da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas).
A comparação feita entre a intensidade de predação e tendências de diversidade verificadas em registros fósseis destacou uma forte relação entre os dois pontos, segundo a pesquisa feita por John Warren Huntley e Michal Kowalewski, do Departamento de Geociências da Universidade do Estado da Virgínia, nos Estados Unidos.
A contribuição de interações ecológicas para a evolução das espécies animais tem sido um assunto debatido há tempos pelos cientistas. No novo estudo, os pesquisadores investigaram a freqüência com que fósseis mostram sinais de predação, como perfurações ou marcas de ataques, e a diversidade geral de espécies nos últimos 540 milhões de anos.
Os autores identificaram um aumento notável no número de predadores há aproximadamente 480 milhões de anos, no período Ordoviciano, o que é cerca de 50 milhões mais cedo do que haviam indicado trabalhos anteriores. A intensidade de predação e a diversidade de espécies teriam continuado em estreita relação desde então, primeiramente em criaturas marinhas e, em seguida, também nas terrestres.
Huntley e Kowalewski sugerem três hipóteses para explicar a relação. Na primeira, predação e diversidade seriam fatores realmente unidos. Na segunda, estratégias de predação teriam surgido com o aumento na diversidade. A terceira hipótese é que a relação seria apenas um produto dos registros geológicos.
O artigo Strong coupling of predation intensity and diversity in the Phanerozoic fossil record, de John Warren Huntley e Michal Kowalewski, pode ser lido por assinantes da Pnas em www.pnas.org.