Biologia & Ciências
27/08/2009
Poluição e aquecimento '"encolheram" ursos polares
Pesquisa comparou crânios colhidos no início e fim do século 20 e constatou mudanças nos animais
Um estudo de uma universidade da Dinamarca sugere que os ursos polares diminuíram de tamanho no último século.
Os cientistas compararam os crânios destes ursos recolhidos no começo do século 20 com os que foram recolhidos no final daquele século e descreveram mudanças no tamanho e forma que poderiam estar ligadas a um aumento na poluição e à redução do gelo no mar.
Os pesquisadores usaram os crânios como indicadores do tamanho do corpo. Os crânios do final do século 20 eram entre 2% e 9% menores.
O estresse físico causado por poluentes nos corpos dos ursos e o aumento do esforço necessário para encontrar alimento podem ter limitado o crescimento do animal, segundo a equipe de pesquisadores.
"Pelo fato de o gelo estar derretendo, os ursos precisam usar muito mais energia para caçar suas presas", explicou Cino Pertoldi, professor de biologia da Universidade Aarhus, da Dinamarca, e da Academia Polonesa de Ciência, líder deste estudo.
"Imagine que você tem dois gêmeos - um é bem alimentado durante a fase de crescimento e um está passando fome. (O que passa fome) será muito menor, pois não terá energia o bastante para destinar ao crescimento", acrescentou.
O estudo, publicado na revista especializada Journal of Zoology, analisou uma coleção de quase 300 crânios de ursos polares fornecida pelo Museu de Zoologia de Copenhague, na Dinamarca.
Christian Sonne, veterinário e cientista da Universidade de Aarhus que trabalhou com a equipe, afirmou que esta coleção forneceu "amostras fantásticas", abrindo uma janela para o desenvolvimento dos ursos durante um século inteiro.
Durante este período, de acordo com Sonne, as concentrações de muitos poluentes fabricados pelo homem no Ártico aumentaram de forma significativa.
"O urso polar é um dos mamíferos mais poluídos do mundo", afirmou.
Para Pertoldi, a poluição é um dos fatores que podem ter causado a diminuição e a mudança na forma dos crânios dos ursos polares.
Os poluentes detectados no Ártico e nos corpos dos animais em geral eram compostos de carbono e halogênios - flúor, cloro, iodo ou brômio. Alguns desses compostos ainda são usados pelas indústrias em solventes, pesticidas, refrigeradores, adesivos e revestimentos.
"Também sabemos, a partir de estudos anteriores, que alguns poluentes químicos à base de cloro afetaram a fertilidade das fêmeas", disse Pertoldi.
Rune Dietz, outro pesquisador da Universidade de Aarhus que participou do estudo, explicou que os cientistas já conseguiram determinar uma ligação entre "poluentes persistentes orgânicos" fabricados pelo homem e a redução da densidade mineral de ossos de ursos polares, que tornar os animais vulneráveis a ferimentos e osteoporose.
Os cientistas afirmam que as mudanças observadas também poderiam estar relacionadas à redução na diversidade genética das espécies.
A caça ao urso polar no século passado pode ter exaurido o conjunto genético, o que levou os ursos polares a sofrerem os efeitos da procriação consanguínea, de acordo com o professor Pertoldi.
Fonte: http://noticias.ambientebrasil.com.br
Um estudo de uma universidade da Dinamarca sugere que os ursos polares diminuíram de tamanho no último século.
Os cientistas compararam os crânios destes ursos recolhidos no começo do século 20 com os que foram recolhidos no final daquele século e descreveram mudanças no tamanho e forma que poderiam estar ligadas a um aumento na poluição e à redução do gelo no mar.
Os pesquisadores usaram os crânios como indicadores do tamanho do corpo. Os crânios do final do século 20 eram entre 2% e 9% menores.
O estresse físico causado por poluentes nos corpos dos ursos e o aumento do esforço necessário para encontrar alimento podem ter limitado o crescimento do animal, segundo a equipe de pesquisadores.
"Pelo fato de o gelo estar derretendo, os ursos precisam usar muito mais energia para caçar suas presas", explicou Cino Pertoldi, professor de biologia da Universidade Aarhus, da Dinamarca, e da Academia Polonesa de Ciência, líder deste estudo.
"Imagine que você tem dois gêmeos - um é bem alimentado durante a fase de crescimento e um está passando fome. (O que passa fome) será muito menor, pois não terá energia o bastante para destinar ao crescimento", acrescentou.
O estudo, publicado na revista especializada Journal of Zoology, analisou uma coleção de quase 300 crânios de ursos polares fornecida pelo Museu de Zoologia de Copenhague, na Dinamarca.
Christian Sonne, veterinário e cientista da Universidade de Aarhus que trabalhou com a equipe, afirmou que esta coleção forneceu "amostras fantásticas", abrindo uma janela para o desenvolvimento dos ursos durante um século inteiro.
Durante este período, de acordo com Sonne, as concentrações de muitos poluentes fabricados pelo homem no Ártico aumentaram de forma significativa.
"O urso polar é um dos mamíferos mais poluídos do mundo", afirmou.
Para Pertoldi, a poluição é um dos fatores que podem ter causado a diminuição e a mudança na forma dos crânios dos ursos polares.
Os poluentes detectados no Ártico e nos corpos dos animais em geral eram compostos de carbono e halogênios - flúor, cloro, iodo ou brômio. Alguns desses compostos ainda são usados pelas indústrias em solventes, pesticidas, refrigeradores, adesivos e revestimentos.
"Também sabemos, a partir de estudos anteriores, que alguns poluentes químicos à base de cloro afetaram a fertilidade das fêmeas", disse Pertoldi.
Rune Dietz, outro pesquisador da Universidade de Aarhus que participou do estudo, explicou que os cientistas já conseguiram determinar uma ligação entre "poluentes persistentes orgânicos" fabricados pelo homem e a redução da densidade mineral de ossos de ursos polares, que tornar os animais vulneráveis a ferimentos e osteoporose.
Os cientistas afirmam que as mudanças observadas também poderiam estar relacionadas à redução na diversidade genética das espécies.
A caça ao urso polar no século passado pode ter exaurido o conjunto genético, o que levou os ursos polares a sofrerem os efeitos da procriação consanguínea, de acordo com o professor Pertoldi.
Fonte: http://noticias.ambientebrasil.com.br