Biologia & Ciências
30/06/2009
Vacina contra a malária
Cientista e professor de patologia, Nussenzweig participou do seminário Vacina contra a Malária: Histórico, Estado Atual e Perspectivas, no auditório da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Ele disse que a vacina é baseada na proteína de uma das fases de desenvolvimento do parasita transmissor da malária e tem o nome de RTSS.
"Já foram feitos muitos ensaios no homem durante 20 anos de pesquisa e a conclusão é a de que a proteção contra a malária grave é entre 30% a 50% das pessoas, depois de três injeções. Essa vacina está em fase final de experimentação, com um ensaio em várias regiões da África, entre 15 a 20 mil pessoas, e, se os resultados forem semelhantes, será de fato a primeira vacina antiparasitária no homem."
Vacina não é perfeita
Nussenzweig disse que os resultados devem ser conhecidos em 2010, mas ressaltou que a vacina não é perfeita, já que deveria proteger mais do que 50%, ser muito barata e aplicada preferencialmente em uma única dose. Segundo ele, o tempo de proteção varia entre um e dois anos, o que é outro problema a ser superado.
Entretanto, ele acredita que seja possível aperfeiçoar os resultados obtidos até agora. "Estamos trabalhando muito intensamente em achar outros antígenos protetores como também outros vetores da proteína que possam prolongar a duração e a eficácia da vacina".
O cientista reforçou que a RTSS será apenas uma das armas contra a malária, além das medidas preventivas, do combate ao mosquito e da administração de medicamentos. "É mais uma arma, não é ainda arma para eliminar a malária", enfatizou. De acordo com Nussenzweig, há muitos cientistas trabalhando em busca da vacina ideal.
Efeitos do progresso
O médico epidemiologista Luiz Hildebrando Pereira da Silva afirmou que pode haver um aumento da malária em regiões brasileiras onde estão sendo construídas usinas hidrelétricas e estradas, porque essa expansão cria condições para a disseminação do parasita.
Ele citou como exemplo as áreas próximas ao Rio Madeira, em Rondônia, como um dos locais onde a situação é bastante delicada. "A situação lá é perigosa porque existem pessoas que sofrem de malária clínica, como pessoas que são imunes devido ao contato prolongado e repetido com o parasita, mas que são portadores do parasita e, por isso, infectam o mosquito."
Luiz Hildebrando lembrou que, com a construção das hidrelétricas do Madeira, espera-se a chegada de cerca de 20 mil trabalhadores de diversas regiões que não são portadores da doença e, por isso, não são imunes. "O vetor da malária na Rondônia é ativo à noite, então qualquer pessoa pode circular próximo ao rio durante o dia, mas, a partir das 18h eles saem imediatamente de seus esconderijos para procurar comida."
Segundo ele, na região do Rio Madeira, a incidência de picadas do mosquito Anopheles, o vetor da malária que carrega o parasita, chega a 10 a 20 por hora em cada pessoa. Essa característica torna os trabalhadores do período noturno altamente vulneráveis à doença.
Hildebrando disse, ainda, que o Ministério da Saúde e os serviços de saúde locais estão conscientes do perigo, mas, normalmente, não têm estrutura suficiente para combater o problema. "Temos alertado o ministério e as secretarias de Saúde locais para tentar segurar o máximo possível, mas é necessário saber que estamos sob ameaça de epidemia nessas áreas".
Fonte: http://www.diariodasaude.com.br
"Já foram feitos muitos ensaios no homem durante 20 anos de pesquisa e a conclusão é a de que a proteção contra a malária grave é entre 30% a 50% das pessoas, depois de três injeções. Essa vacina está em fase final de experimentação, com um ensaio em várias regiões da África, entre 15 a 20 mil pessoas, e, se os resultados forem semelhantes, será de fato a primeira vacina antiparasitária no homem."
Vacina não é perfeita
Nussenzweig disse que os resultados devem ser conhecidos em 2010, mas ressaltou que a vacina não é perfeita, já que deveria proteger mais do que 50%, ser muito barata e aplicada preferencialmente em uma única dose. Segundo ele, o tempo de proteção varia entre um e dois anos, o que é outro problema a ser superado.
Entretanto, ele acredita que seja possível aperfeiçoar os resultados obtidos até agora. "Estamos trabalhando muito intensamente em achar outros antígenos protetores como também outros vetores da proteína que possam prolongar a duração e a eficácia da vacina".
O cientista reforçou que a RTSS será apenas uma das armas contra a malária, além das medidas preventivas, do combate ao mosquito e da administração de medicamentos. "É mais uma arma, não é ainda arma para eliminar a malária", enfatizou. De acordo com Nussenzweig, há muitos cientistas trabalhando em busca da vacina ideal.
Efeitos do progresso
O médico epidemiologista Luiz Hildebrando Pereira da Silva afirmou que pode haver um aumento da malária em regiões brasileiras onde estão sendo construídas usinas hidrelétricas e estradas, porque essa expansão cria condições para a disseminação do parasita.
Ele citou como exemplo as áreas próximas ao Rio Madeira, em Rondônia, como um dos locais onde a situação é bastante delicada. "A situação lá é perigosa porque existem pessoas que sofrem de malária clínica, como pessoas que são imunes devido ao contato prolongado e repetido com o parasita, mas que são portadores do parasita e, por isso, infectam o mosquito."
Luiz Hildebrando lembrou que, com a construção das hidrelétricas do Madeira, espera-se a chegada de cerca de 20 mil trabalhadores de diversas regiões que não são portadores da doença e, por isso, não são imunes. "O vetor da malária na Rondônia é ativo à noite, então qualquer pessoa pode circular próximo ao rio durante o dia, mas, a partir das 18h eles saem imediatamente de seus esconderijos para procurar comida."
Segundo ele, na região do Rio Madeira, a incidência de picadas do mosquito Anopheles, o vetor da malária que carrega o parasita, chega a 10 a 20 por hora em cada pessoa. Essa característica torna os trabalhadores do período noturno altamente vulneráveis à doença.
Hildebrando disse, ainda, que o Ministério da Saúde e os serviços de saúde locais estão conscientes do perigo, mas, normalmente, não têm estrutura suficiente para combater o problema. "Temos alertado o ministério e as secretarias de Saúde locais para tentar segurar o máximo possível, mas é necessário saber que estamos sob ameaça de epidemia nessas áreas".
Fonte: http://www.diariodasaude.com.br