Disciplina - Biologia

Biologia & Ciências

23/07/2007

Mata ciliar em todas as propriedades já é realidade em 20 municípios paranaenses

Cerca de 20 municípios paranaenses já têm 100% das matas ciliares de suas propriedades em processo de recuperação. Para atingir este índice, faltam menos de 20% a outros 50 municípios. “Neste ritmo, dentro de três ou quatro anos mais da metade dos municípios paranaenses terão todas as suas matas ciliares recuperadas ou em fase adiantada de recomposição”, disse o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues.

Protegida pelo Código Florestal Brasileiro e considerada Área de Preservação Permanente (APP), a mata ciliar é vegetação às margens de rios, nascentes e mananciais de abastecimento que ajuda a reduzir o assoreamento e a poluição nos corpos hídricos – melhorando, assim, a qualidade e até mesmo a quantidade de água. “No caso das nascentes, a vazão aumenta em 17% já no primeiro ano de recuperação das matas ciliares”, exemplificou Rasca.

A boa notícia para a natureza é resultado de quase quatro anos de trabalho do Programa Mata Ciliar, coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos e executado pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Com uma meta ousada de plantar 90 milhões de mudas de espécies nativas, o programa já promoveu o plantio de quase 63 milhões de mudas e é considerado uma das maiores ações de recomposição florestal do mundo.

Somente neste ano já foram plantadas 6 milhões de mudas, que foram cadastradas na ação mundial da Organização das Nações Unidas “Plantemos pelo Planeta – Campanha do 1 Bilhão de Árvores” e fizeram do Paraná o maior parceiro brasileiro da campanha.

As mudas disponibilizadas para plantio são produzidas nos 20 viveiros florestais do IAP e em viveiros modulares cedidos a 412 parceiros do programa, que são responsáveis pela manutenção destes locais – como municípios, entidades de classe, APAEs, colégios agrícolas e iniciativa privada. “Metade da produção anual, 30 milhões de mudas, provém dos viveiros mantidos por parceiros, descentralizaram a produção e facilitaram o acesso dos produtores às mudas”, informou o secretário.

Além da produção de mudas, a parceria também pode visar o plantio de novas árvores. Nesta vertente, Rasca destaca a importância da participação de grandes empresas e organizações. “Eles internalizam junto aos seus funcionários e integrantes a necessidade de manter as áreas de preservação permanente. Isso é fundamental”, afirmou.

Como exemplo, o secretário citou o trabalho realizado pela Cooperativa Agroindustrial do Vale do Ivaí (Cooperval), parceira do programa, que realiza projetos de recuperação da mata ciliar no rio Cambará, com 43 quilômetros de extensão. A mão-de-obra é disponibilizada pela usina - quando não estão no corte de cana, os funcionários plantam mudas. “O agricultor fornece a área; o IAP, as mudas; e a usina a mão de obra. É um verdadeiro mutirão em prol da mata ciliar e todo o mundo ganha com isso”, destacou o secretário. A Cooperval

Neste mês o programa também ganhou outro parceiro: o Instituto Brasileiro de Florestas (IBF), que irá implementar atividades de recuperação da mata ciliar em Apucarana, nas regiões das bacias do rio Pirapó, Tibagi e Ivaí. A cidade já possuía outros três viveiros, em parceria com o município, Sanepar e Colégio Agrícola.

Rasca ainda observou que as parcerias são o alicerce fundamental do programa. “Elas não significam apenas a produção de mais mudas. Significam algo mais importante, que é a mudança de atitude”, disse. “Portanto, elas são a concretização do envolvimento dos agricultores, que pararam de plantar até a beira do rio e agora cuidam de novas árvores; de comunidades e de empresas que passaram a integrar no seu cotidiano o cuidado com o meio ambiente”, finalizou.
http://www.aenoticias.pr.gov.br/modules/news/article.php?storyid=29939
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