Disciplina - Biologia

Biologia & Ciências

10/02/2009

Bicentenário de Darwin

Em 2009 é comemorado o bicentenário do nascimento de Darwin e 150 anos do lançamento de seu livro Origem das Espécies Através da Seleção Natural em que expõe sua teoria revolucionária. Darwin teria gostado de conhecê-la...

Quando passou pelo arquipélago das Galápagos, um punhado de ilhas vulcânica que hoje pertencem ao Equador, o naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882) não viu a iguana cor-de-rosa ao lado. É pena, pois a espécie já existia por lá e poderia ter chamado a sua atenção tanto quanto os tentilhões de bicos diferentes que serviram para que ele desenvolvesse a teoria da evolução regida pelo princípio da seleção natural. Neste ano de 2009, quando se comemora os 150 anos do livro Origem das Espécies Através da Seleção Natural, em que Darwin expõe sua teoria revolucionária – e o bicentenário do seu nascimento –, a iguana foi apresentada à comunidade científica que se apressou a explicar a sua existência segundo a teoria hoje consagrada.

O que Darwin teria achado desse animal bizarro, de mais de 1 metro de comprimento? A análise genética da iguana sugere que ela é a mais antiga das três espécies da ilha, tendo se originado há milhões de anos, provavelmente quando o arquipélago começou a se formar. Graças ao seu isolamento, Galápagos constituiu uma espécie de laboratório da evolução. Ali, inúmeras espécies de aves, répteis e outros animais e plantas foram se diferenciando, até se tornarem únicas. A iguana cor-de-rosa, por exemplo, parece viver apenas junto a um único vulcão na ilha de Isabela, que tem cerca de 350 mil anos. Na realidade, ela já era conhecida – pelo menos dos guardas florestais da ilha – mas nunca havia sido estudada.

Em sua célebre viagem por diversas regiões do planeta a bordo do Beagle, Darwin foi acumulando informações que mais tarde serviram para que ele percebesse a relação entre fósseis e espécies vivas, além dos mecanismos de adaptação relacionados ao ambiente e ao modo de vida. Em 1835, ele desembarcou em Galápagos, arquipélago cujo nome se devia à presença das tartarugas gigantes. Nas observações que fez, verificou que existia uma grande diversidade desses anfíbios, mas também de iguanas e árvores.

O mesmo acontecia com as aves, mais tarde conhecidas como tentilhões de Darwin. As 14 espécies, distribuídas entre as diferentes ilhas, eram semelhantes às do continente americano, mas apresentavam tamanho do corpo, cor das penas e forma do bico diferentes. Os mecanismos da genética da evolução ainda não eram conhecidos, na época de Darwin, o que fez com que ele não conseguisse explicar como surgiam essas variações entre as populações e como eram transmitidas aos descendentes. Hoje se sabe que diferentes grupos de seres vivos evoluíram de forma diferente.

Revolução nas ideias

A descoberta de fósseis e os novos estudos geológicos que estavam sendo realizados no fim do século 19 já faziam os estudiosos contestar algumas construções religiosas sobre a criação do mundo e dos seres que nele vivem, feitas pela igreja na época. Darwin contribuiu para a revisão das teorias criacionistas com sua proposta da seleção natural lenta e gradual das espécies e sua visão de mundo não estático, mas mutável. Essas ideias, geradas pela observação da natureza, principalmente durante a viagem de cinco anos a bordo do Beagle, foram expostas no livro Origem das Espécies Através da Seleção Natural. Desde a sua publicação, o livro deu origem a intensos debates que se prolongam até hoje. As comemorações do bicentenário do nascimento do naturalista e dos 150 anos da obra serão uma oportunidade para discutir o impacto de suas ideias sobre a evolução nas nossas vidas e a contribuição de seus trabalhos para a compreensão.
Fonte: http://www.horizontegeografico.com.br/index.php?acao=exibirMateria&materia[id_materia]=524
do mundo natural.
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