Disciplina - Biologia

Biologia & Ciências

14/04/2008

PROTEÍNA EXTRAÍDA DO VENENO DE COBRAS CONSEGUE IMPEDIR O AVANÇO DO VÍRUS DA AIDS, INDICA ESTUDO DA USP DE RIBEIRÃO PRETO

Segundo o professor, os venenos animais tem se mostrado eficientes contra tumores e variados fungos, bactérias e vírus. Soares disse que já há estudos no País que demonstram o uso de venenos no combate à dengue e a agentes de doenças como a esquitossomose, leishmaniose e chagas.
Como os venenos têm um custo alto —um grama de veneno de uma cascavel custa cerca de R$ 300 e o grama do de jararaca pode chegar até R$ 900—-, esse tipo de pesquisa não é fácil no Brasil.
“Agora, como a universidade está começando a fazer parcerias com empresas, aumentam as chances de conseguirmos patentear e de levarmos para a fase clínica, mas conseguir recursos é sempre uma luta”, declarou Soares. O trabalho do professor conta com uma equipe de 16 pessoas, entre alunos da graduação e da pós, além de parcerias com outras universidades do País e internacionais.
BIOPIRATARIA
Soares disse que um dos principais problemas enfrentado hoje no campo de toxicologia é a biopirataria. O professor afirmou que já chegou a acessar um site francês que vendia venenos que só existem no Brasil.
“Como eles conseguiram? Alguém daqui vendeu, só que esses estrangeiros vão sintetizar e patentear o veneno e depois vender por milhares de euros, inclusive para os brasileiros”, declarou Soares, para quem fiscalização e conscientização são as únicas formas de combate.
Peçonha de coral vale até US$ 140 mil
Venenos de serpentes valem mais que metais preciosos. O grama da peçonha da cascavel, que é uma das mais produzidas, por exemplo, chega a custar seis vezes mais que o grama de ouro, cotado a R$ 50. Outros venenos mais raros e difíceis de extrair, como o da coral verdadeira, podem chegar a US$ 14 mil o grama no mercado internacional.
A extração, porém, leva tempo —20 cascavéis rendem um grama por mês e para juntar a mesma quantia de uma coral, pode levar dois anos. Quanto ao licenciamento ambiental, todas os novos pedidos para serpentários estão suspensos desde o ano passado e só devem ser retomados quando o Ibama liberar a nova instrução normativa —o que não deve acontecer antes do final do ano.
Cuidar de animais é muito difícil
Veterinário de animais silvestres, Gustavo César Fazio, 32, tenta autorização para um serpentário. “O custo para manter serpentes não é tão alto perto do lucro, o valor agregado por cabeça é melhor que o de gado, mas tem que ser feito cumprindo a legislação e tratando bem o bicho, que é muito frágil”, disse Fazio.
Alexandra Sandrin, 47, e Carla Zanchi, 44, são donas de um dos três serpentários autorizado da região e trabalham no ramo há 12 anos. “Cobras precisam de manutenção diária, porque qualquer estresse, como mudança de temperatura, faz com que elas adoeçam e morram”, disse Alexandra, que é bióloga. Para Carla, novos criadouros ajudariam na preservação de exemplares que estão em extinção.
Danielle Castro, Gazeta de Ribeirão

Fonte:http://www.guianews.com.br
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