Obesidade - Cirurgias
A obesidade caracteriza-se pelo aspecto multifatorial em seu desencadeamento e na sua manutenção. Portanto, torna-se indispensável o tratamento dessa sintomatologia por uma equipe multiprofissional. Tal equipe, pode ser composta por médicos, psicólogos, nutricionistas, gastrônomos, educadores físicos, fisioterapeutas, enfermeiros, entre outros.A resolução normativa da Agência Nacional de Saúde, n. 167 Artigo 8, enfatiza a demanda de atendimento especial para pacientes com obesidade mórbida, sendo necessário o tratamento por equipe multiprofissional, em nível ambulatorial.
Pacientes com o IMC (Índice de Massa Corporal) maior de 35 são candidatos ao tratamento da obesidade, clínico ou cirúrgico.
Abaixo são apresentados alguns tipos de procedimentos cirúrgicos que trazem uma visão geral de algumas cirurgias para perda de peso.
Cirurgia da obesidade
Cirurgia da obesidade: método radical
Os métodos cirúrgicos para tratar da obesidade são, na verdade, muito radicais e só podem e devem ser usados em situações extremas. Seria absurdo indicá-los para alguém com cinco ou dez quilos a mais ou que está infeliz com sua estética corporal. A cirurgia da obesidade só se aplica aos casos extremos e graves em que o excesso de peso causa sérios danos à saúde e implica risco de morte. Só nesses casos cabe fazer uma interferência tão radical sobre o aparelho digestivo, que o torne menos capaz de receber alimentos e de oferecer energia ao organismo.
Para os obesos graves
Os grandes obesos não conseguem perder peso nem que empenhem enorme boa vontade, ou mesmo com a ajuda de tratamentos médicos conservadores. A experiência mundial demonstrou que, a partir de certo limite mais ou menos determinado numericamente pela proporção entre peso e altura, raramente o obeso tem sucesso com qualquer tratamento clínico à base de dietas, medicamentos, psicoterapia, exercícios físicos, nem mesmo com aqueles que envolvem internação hospitalar ou em spas para manter jejum ou semi-jejum prolongado. É especificamente para essas pessoas que faz sentido indicar a cirurgia da obesidade.
Quem não deve fazer a cirurgia?
Quando o cirurgião bariátrico é procurado por pessoas que estão um pouco acima do peso e que querem ser operadas para emagrecer mais depressa. Muitas vezes, sem conhecer os detalhes da indicação cirúrgica, as pessoas vão ao consultório em busca de solução para algo que está sendo interpretado como obstáculo que as incapacita, e põe em risco suas vidas. Isso acontece especialmente com as mulheres que, mais do que os homens, sofrem forte pressão social do ponto de vista estético. Além disso, a obsessão pela magreza tornou-se uma constante entre elas. Desse modo, não se justifica a indicação de uma cirurgia tão radical para alguém que não está correndo nenhum risco.
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Para os obesos graves
Os grandes obesos não conseguem perder peso nem que empenhem enorme boa vontade, ou mesmo com a ajuda de tratamentos médicos conservadores. A experiência mundial demonstrou que, a partir de certo limite mais ou menos determinado numericamente pela proporção entre peso e altura, raramente o obeso tem sucesso com qualquer tratamento clínico à base de dietas, medicamentos, psicoterapia, exercícios físicos, nem mesmo com aqueles que envolvem internação hospitalar ou em spas para manter jejum ou semi-jejum prolongado. É especificamente para essas pessoas que faz sentido indicar a cirurgia da obesidade.
Quem não deve fazer a cirurgia?
Quando o cirurgião bariátrico é procurado por pessoas que estão um pouco acima do peso e que querem ser operadas para emagrecer mais depressa. Muitas vezes, sem conhecer os detalhes da indicação cirúrgica, as pessoas vão ao consultório em busca de solução para algo que está sendo interpretado como obstáculo que as incapacita, e põe em risco suas vidas. Isso acontece especialmente com as mulheres que, mais do que os homens, sofrem forte pressão social do ponto de vista estético. Além disso, a obsessão pela magreza tornou-se uma constante entre elas. Desse modo, não se justifica a indicação de uma cirurgia tão radical para alguém que não está correndo nenhum risco.
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Alguns tipos de cirurgias
1. Bypass Gástrico
O Bypass Gástrico pode ser feito por via laparoscópica, introduzindo-se pinças especiais no abdômem por pequenas incisões, ou poderá ser através de uma incisão abdominal (barriga aberta), sempre sob anestesia via laparoscópica.
Esta cirurgia consiste em fazer um corte numa pequena parte do estômago (a mais alta) onde se cria uma pequena bolsa que será o novo estômago, ficando assim com tamanho de aproximadamente 50 ml.
Posteriormente, é feito um desvio de cerca de 2 metros de intestino delgado que é ligado ao novo estômago, fazendo assim uma "passagem direta" dos alimentos para o meio do intestino.
Desta forma passa-se a comer menos quantidade, mas obriga a um comportamento alimentar de mastigar bem o alimento, comer lentamente e ingerir pequenas porções de cada vez, apresentando assim um melhor resultado de perda de peso.
A cirurgia bariátrica mais realizada no mundo é o Bypass Gástrico (70% das cirurgias). O Bypass causa saciedade precoce e diminui a fome (ação restritiva leve e hormonal). Emagrece 35 a 40% do peso em 7 meses aproximadamente. Oferece boa qualidade de vida na imensa maioria dos casos:
Uma das complicações existentes neste tipo de cirurgia são as fístulas (vazamento do estômago e/ou intestinos para a cavidade abdominal).
2. Balão Intra Gástrico (BIG)
O balão intragástrico de silicone (SIB) foi desenvolvido há aproximadamente 24 anos, registrando uma perda de peso do paciente entre 12 a 20%. Considera-se nesse caso, quando o paciente for muito participativo no tocante a reeducação alimentar, física e psicológica.
Método endoscópico no qual uma bexiga de silicone é introduzida no estômago por endoscopia. Introduz-se essa bexiga murcha e dentro do estômago e injeta-se 400 ml a 700 ml de soro azul, enchendo a bexiga que assume então o aspecto de uma “bola de tênis”
Essa bola causa saciedade, e com isso diminui a ingesta alimentar e causa o emagrecimento. O motivo da cor do soro ser azul, é que se por acaso houver perfuração da bexiga (muito raro) haverá extravazamento de líquido azul, o qual tornará a urina azul. Desse modo, o paciente deverá avisar o cirurgião, o qual retirará o balão por endoscopia em até 24 horas após o azulamento da urina.
O BIG pode permanecer no estômago por no máximo 6 meses e é retirado por endoscopia.
O Balão Intra Gástrico também é usado em outras duas situações: no preparo em superobesos com IMC acima de 50 Kg/m2, para emagrecê-los e assim melhorar sua condição clínica para melhor suportar uma cirurgia bariátrica definitiva e, como tratamento em obesos com IMC maior que 35 Kg/m2, que não podem ser operados devido a contraindicações à cirurgia bariátrica definitiva. As contraindicações do BIG :
É uma técnica mista - restritiva e disabsortiva - em que predomina o fator restritivo. É a operação mais utilizada para a obesidade mórbida. Essa técnica resulta em excelente e prolongada perda de peso, com baixos índices de complicações e raros distúrbios metabólicos graves no pós-operatório. A desvantagem dessa técnica é o reduzido volume da bolsa gástrica, que impede a ingestão de grandes volumes de alimento, obrigando o paciente a uma mudança de hábito alimentar. Além disso, a ingestão de alimentos muito adocicados pode provocar o chamado "dumping" - suores frios, palpitação, palidez e sensação de desmaios - que, na realidade, acaba beneficiando o paciente, porque o induz a evitar os doces, o que ajuda na perda de peso.
4. Banda Gástrica Ajustável
A banda gástrica ajustável é uma cirurgia minimamente invasiva, feita por videolaparoscopia, em que é colocada uma prótese de silicone na entrada do estômago conectada a um portal implantado abaixo da pele do abdômem. A banda, ao ser insuflada com soro fisiológico, exercerá uma constrição externa no estômago restringindo o seu enchimento e gerando uma saciedade precoce e prolongada no paciente. É uma cirurgia restritiva, impedindo a ingestão de grandes volumes de alimentos. É tecnicamente simples, menos agressiva, não modifica a anatomia gastrointestinal e nem a fisiologia da digestão. Além disso, há menos possibilidades de complicações graves. No entanto, a perda de peso fica aquém do desejado em um número significativo de pacientes. Além disso, há a necessidade de enchimento ou esvaziamento do balão da banda com certa frequência, e a técnica pode ser ludibriada pela ingestão de líquidos ricos em calorias.
5. Cirurgia de Scopinaro
Consiste na remoção de cerca de 2/3 do estômago e na derivação do intestino por uma grande extensão. É considerada uma técnica essencialmente disabsortiva, pelo grau de desvio intestinal. Tem como vantagem produzir elevada perda de peso e permitir ingestão de um maior volume de alimentos. A técnica de Scopinaro tem, todavia, diversas desvantagens: o mau cheiro que pode ser exalado pelos pacientes, pelo odor pútrido dos flatos e fezes, que trazem desagradáveis constrangimentos sociais; crises de diarréia, cuja frequência varia de paciente para paciente; e, mais grave, a desnutrição, o que exige um acompanhamento permanente desses pacientes, podendo necessitar de internações hospitalares para alimentação parenteral, que é a injeção de nutrientes pela veia. Um pequeno número de pacientes operados pela técnica de Scopinaro precisa desfazer a derivação intestinal, por conta de desnutrição e diarréia intratáveis. Outra desvantagem da técnica de Scopinaro é a de produzir cálculos de vesícula biliar, o que obriga a remoção simultânea da vesícula em todos os pacientes operados por essa técnica.
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O Bypass Gástrico pode ser feito por via laparoscópica, introduzindo-se pinças especiais no abdômem por pequenas incisões, ou poderá ser através de uma incisão abdominal (barriga aberta), sempre sob anestesia via laparoscópica.
Esta cirurgia consiste em fazer um corte numa pequena parte do estômago (a mais alta) onde se cria uma pequena bolsa que será o novo estômago, ficando assim com tamanho de aproximadamente 50 ml.
Posteriormente, é feito um desvio de cerca de 2 metros de intestino delgado que é ligado ao novo estômago, fazendo assim uma "passagem direta" dos alimentos para o meio do intestino.
Desta forma passa-se a comer menos quantidade, mas obriga a um comportamento alimentar de mastigar bem o alimento, comer lentamente e ingerir pequenas porções de cada vez, apresentando assim um melhor resultado de perda de peso.
A cirurgia bariátrica mais realizada no mundo é o Bypass Gástrico (70% das cirurgias). O Bypass causa saciedade precoce e diminui a fome (ação restritiva leve e hormonal). Emagrece 35 a 40% do peso em 7 meses aproximadamente. Oferece boa qualidade de vida na imensa maioria dos casos:
- O paciente não tem fome, logo emagrece sem sofrimento;
- O paciente não vomita (porque não existem mecanismos de obstrução);
- O paciente não tem diarréia, porque a comida passa em longo trecho intestinal;
- É uma cirurgia reversível, pois nenhum órgão é retirado do corpo;
- É uma cirurgia que não tem próteses (próteses podem sofrer rejeição e infecção);
- É uma cirurgia geralmente feita por videolaparoscopia (99%);
- O Bypass Gástrico é o Padrão Ouro da Cirurgia para Obesidade Mórbida;
Uma das complicações existentes neste tipo de cirurgia são as fístulas (vazamento do estômago e/ou intestinos para a cavidade abdominal).
2. Balão Intra Gástrico (BIG)
O balão intragástrico de silicone (SIB) foi desenvolvido há aproximadamente 24 anos, registrando uma perda de peso do paciente entre 12 a 20%. Considera-se nesse caso, quando o paciente for muito participativo no tocante a reeducação alimentar, física e psicológica.
Método endoscópico no qual uma bexiga de silicone é introduzida no estômago por endoscopia. Introduz-se essa bexiga murcha e dentro do estômago e injeta-se 400 ml a 700 ml de soro azul, enchendo a bexiga que assume então o aspecto de uma “bola de tênis”
Essa bola causa saciedade, e com isso diminui a ingesta alimentar e causa o emagrecimento. O motivo da cor do soro ser azul, é que se por acaso houver perfuração da bexiga (muito raro) haverá extravazamento de líquido azul, o qual tornará a urina azul. Desse modo, o paciente deverá avisar o cirurgião, o qual retirará o balão por endoscopia em até 24 horas após o azulamento da urina.
O BIG pode permanecer no estômago por no máximo 6 meses e é retirado por endoscopia.
O Balão Intra Gástrico também é usado em outras duas situações: no preparo em superobesos com IMC acima de 50 Kg/m2, para emagrecê-los e assim melhorar sua condição clínica para melhor suportar uma cirurgia bariátrica definitiva e, como tratamento em obesos com IMC maior que 35 Kg/m2, que não podem ser operados devido a contraindicações à cirurgia bariátrica definitiva. As contraindicações do BIG :
- Pacientes portadores de cirurgias gástricas anteriores;
- Pacientes portadores de úlceras gastroduodenais ativas;
- Pacientes portadores de varizes de esôfago;
- Pacientes portadores de Esôfago de Barrett (Esofagite de refluxo grave);
- Pacientes portadores de doenças crônicas intestinais (Crohn, Retocolite Ulcerativa);
- Pacientes renais crônicos;
- Pacientes em uso de anticoagulantes;
- Pacientes bulímicos (vomitadores compulsivos);
É uma técnica mista - restritiva e disabsortiva - em que predomina o fator restritivo. É a operação mais utilizada para a obesidade mórbida. Essa técnica resulta em excelente e prolongada perda de peso, com baixos índices de complicações e raros distúrbios metabólicos graves no pós-operatório. A desvantagem dessa técnica é o reduzido volume da bolsa gástrica, que impede a ingestão de grandes volumes de alimento, obrigando o paciente a uma mudança de hábito alimentar. Além disso, a ingestão de alimentos muito adocicados pode provocar o chamado "dumping" - suores frios, palpitação, palidez e sensação de desmaios - que, na realidade, acaba beneficiando o paciente, porque o induz a evitar os doces, o que ajuda na perda de peso.
4. Banda Gástrica Ajustável
A banda gástrica ajustável é uma cirurgia minimamente invasiva, feita por videolaparoscopia, em que é colocada uma prótese de silicone na entrada do estômago conectada a um portal implantado abaixo da pele do abdômem. A banda, ao ser insuflada com soro fisiológico, exercerá uma constrição externa no estômago restringindo o seu enchimento e gerando uma saciedade precoce e prolongada no paciente. É uma cirurgia restritiva, impedindo a ingestão de grandes volumes de alimentos. É tecnicamente simples, menos agressiva, não modifica a anatomia gastrointestinal e nem a fisiologia da digestão. Além disso, há menos possibilidades de complicações graves. No entanto, a perda de peso fica aquém do desejado em um número significativo de pacientes. Além disso, há a necessidade de enchimento ou esvaziamento do balão da banda com certa frequência, e a técnica pode ser ludibriada pela ingestão de líquidos ricos em calorias.
5. Cirurgia de Scopinaro
Consiste na remoção de cerca de 2/3 do estômago e na derivação do intestino por uma grande extensão. É considerada uma técnica essencialmente disabsortiva, pelo grau de desvio intestinal. Tem como vantagem produzir elevada perda de peso e permitir ingestão de um maior volume de alimentos. A técnica de Scopinaro tem, todavia, diversas desvantagens: o mau cheiro que pode ser exalado pelos pacientes, pelo odor pútrido dos flatos e fezes, que trazem desagradáveis constrangimentos sociais; crises de diarréia, cuja frequência varia de paciente para paciente; e, mais grave, a desnutrição, o que exige um acompanhamento permanente desses pacientes, podendo necessitar de internações hospitalares para alimentação parenteral, que é a injeção de nutrientes pela veia. Um pequeno número de pacientes operados pela técnica de Scopinaro precisa desfazer a derivação intestinal, por conta de desnutrição e diarréia intratáveis. Outra desvantagem da técnica de Scopinaro é a de produzir cálculos de vesícula biliar, o que obriga a remoção simultânea da vesícula em todos os pacientes operados por essa técnica.
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Fontes de Pesquisa